A História da Arte foi o que nos trouxe até aqui, até estas linhas com as quais agora você, estimado leitor, ocupa a sua própria vida e contribui, com o seu grão de areia, para o imenso relato da nossa civilização. Com os seis volumes que se seguem, oferecemos uma visão o mais completa possível no tempo e no espaço, que nos ajuda a compreender como foi o caminho percorrido pelo ser humano desde que a espécie começou a andar no meio da neblina do Paleolítico até à impressionante era atual, na qual já deixámos a nossa marca na superfície da Lua e algum satélite nosso se dirige para lá do sistema solar.
Admirar-nos-emos com a perícia de quem deixou a sua arte nas paredes das grutas, em pinturas onde já é possível apreciar muitas das paixões que nos comovem. Daremos um passo rumo ao assentamento em locais estáveis, em torno de parcelas onde nos demos a nós próprios a arte da pintura, quando o Neolítico abala a espécie e nos torna em seres ligados a um terreno, a uma cidade, a leis e formas de organização que continuam, ainda hoje, a influenciar profundamente as nossas sociedades.
Não é num ponto, mas sim em vários, onde devemos centrar a História da Arte tal e como a conhecemos. Sempre sob a alçada, porém, de grandes momentos, aventurar-nos-emos na arte da Grécia Antiga, no misterioso Egito, na longínqua China e no estimulante Japão, que nos fascinam pela força com que irrompem na História. Sucedem-se grandes impérios, e todos eles encontram-se reunidos aqui, nestas páginas pelas quais desfilarão os sábios gregos e as suas falanges, quando Alexandre, o Grande, rumou para Oriente e desfez os omnipotentes Persas. Conquistou ele o mundo conhecido e morreu na Babilónia, embora deixando um mundo helenizado e um território dividido entre os seus generais num duro combate. O protagonismo caberá em seguida a Roma, que constrói algo tão grandioso que chegou a ser conhecido como a Eterna. Roma molda-nos, somos resultado do seu Direito, da sua língua, das suas infraestruturas, dos seus costumes e da sua arte. Pelo que, ao ler estes capítulos, teremos a sensação de estarmos a ver-nos num espelho que nos devolve a imagem do nosso ser mais nobre.
Mas Roma, apesar de o parecer, não foi eterna. Ela caiu, e foi então que teve início o que posteriormente seria chamado de Idade Média. Quase um milénio que não deixa indiferente nenhum estudioso e no qual encontraremos mais luz do que aquela que se achou durante muito tempo haver. É o tempo do feudalismo, de uma Europa nova, da pujança da Igreja Católica, de Constantinopla, do surgimento do Islão, dos Carolíngios, das lutas religiosas, do intercâmbio cultural no Mediterrâneo, da entrada em cena do gigante russo, que já por essa altura dá os seus primeiros passos, da enorme e desconhecida China, cujos batimentos artísticos acompanharemos um a um. Mas nestes volumes iremos mais além: enquanto os focos da História da Arte se centram na Europa, teremos conhecimento do que estava a ser construído no coração de África ou na América pré-colombiana.
Chega depois, efetivamente, o encontro entre a Europa e a América, e é essa a altura em que os mapas vão preenchendo todas as zonas em branco que tinham estimulado a imaginação dos mais curiosos. O que havia para lá do horizonte? A Idade Moderna, com a sua imprensa, a sua revolução científica, o seu absolutismo e o seu Iluminismo. São tempos que culminam na Independência dos Estados Unidos e em duas revoluções com as quais não mais se pode voltar atrás: a industrial e a que tem lugar em França, dando à luz os tempos contemporâneos. Tempos nos quais nasce a nossa Arte Moderna, com o seu Neoclassicismo e o seu poderoso Romantismo.
Estas páginas da História da Arte guiar-nos-ão pelos melhores museus do mundo: o Prado, em Madrid; o Vaticano, em Roma; o Louvre, em Paris; a National Gallery, de Londres; o Hermitage de São Petersburgo; o Uffici, de Florença, e o Thysen, também em Madrid© São páginas repletas de emoções, porque em cada uma delas deixaremos fluir todos os sentidos, criando uma experiência visual única.
O que nos espera? Qual será o futuro da Arte, senão a próxima História que está a ser escrita? São muitos os reptos artísticos que nos esperam, quando já lá vão quase duas décadas do século XXI. Mas não podemos compreender o mundo em que vivemos, nem saberemos antecipar o que nos cabe viver, se não aprendermos a lição de Arte que nos é dada pelo passado. Estes seis volumes constituem uma ferramenta de precisão absoluta para sabermos qual foi a nossa História artística. É por isso que ela está viva, porque continua a falar-nos. Desfrutemos de tudo o que fizemos, pois a Arte é, em última instância, aquilo que somos e aquilo que seremos.
Leiam, desfrutem e fiquem com o ensinamento destas Grandes Civilizações da Humanidade.

José Carlos Malato