“Hohokam”; com esta única palavra, repleta de força e sentido, exprimiam os índios “aquilo que desapareceu”. Não me ocorre, neste momento, melhor expressão além de “Hohokam” para me referir às Grandes Civilizações que o leitor tem agora diante de si. Seis volumes que o acompanharão na sua própria investigação do antigo, daquilo que fomos e de tudo o que herdámos das Grandes Civilizações que povoaram a Terra antes de nós.
Tenho a convicção de que a única forma que temos para ser melhores, mais fortes, mais inteligentes e menos frágeis é a do conhecimento dessas mesmas Grandes Civilizações povoadas pela humanidade. Houve guerras – como ainda hoje as há –, conflitos – como no nosso tempo – crises – também como no presente – reinos – ainda existentes… E tantas outras semelhanças que fazem com que não possa deixar de lê-las, estudá-las e aprender daquilo que tão claramente nos legaram… Continuamos, de algum modo, unidos a eles; na arte, na arquitetura, na economia… E inclusive na astúcia e nas lutas de poder.
Grandes Civilizações que garantiram o êxito – bem como o fracasso – das civilizações que se sucederam a elas, pois veremos através destes textos que entre elas existe, de algum modo, uma ligação: o fastuoso Egito, a sábia Grécia, a refulgente Roma, a enigmática Índia, a exótica China… América, Japão, África e Oceânia. Não poderia deixar o autor mais bem acompanhados do que com todos aqueles que engrandeceram a humanidade.
Como poderia uma pessoa desejosa de ser bem-sucedida na vida – neste, no nosso mundo – negar-se a conhecer a sua própria história, ou, o que é o mesmo, a história dos sábios que passaram por esta vida – tal como o fazemos, hoje, nós próprios – construindo os seus grandes impérios?
Deleito-me, em particular, com cada linha que leio sobre o esplendor faraónico do impressionante Egito. Não posso deixar de imaginar como se concebiam os corredores das faustosas Pirâmides, e o tipo de engenharia usada para construí-las. Um verdadeiro enigma.
Também não posso deixar de sentir fascínio pelos gregos antigos; a sua arte, a sua cultura, a sua filosofia… E, continuando com Roma, detenho-me com admiração em tudo o que se soube resgatar dos antecessores gregos, e pela expansão da capital, pela forma espetacular de estender o controlo sobre o Mar Mediterrâneo. As suas possessões e a sua etapa imperial. É um verdadeiro repasto de conhecimento.
Prossigo a minha leitura com a Índia e os seus 1000 deuses. Depois de a estudar, pergunto-me: quem pode dizer que não é possível conviver com a fé voltada para pontos diferentes? É isso mesmo que ela nos ensina.
E continuo com a China, a independente China, a exótica China. Talvez seja importante colocarmos, quanto a ela, a pergunta – que me coloco a mi mesmo – de como conseguiu ela evitar as grandes invasões. Um verdadeiro desafio. Chama-me mesmo a atenção o facto de, em mais de 3000 anos de história, o seu sistema de escrita, a sua arte e grande parte da sua cultura terem permanecido inalterados até aos nossos dias. É um magnífico desafio descobrir como o conseguiu.
América, o novo mundo. As muitas crónicas que nos foram deixadas pelo seu descobridor, oferecem-nos dados fascinantes sobre os grupos aborígenes que habitavam o continente, a organização política que estabeleceram, a vida quotidiana… As costas peruanas, os intermináveis desertos do sudoeste dos Estados Unidos, as pampas argentinas, as montanhas rochosas, as selvas do Iucatão, e o seu desenvolvimento socioeconómico.
Convido-vos, com a melhor das intenções, a recuperar o “Hohokam”, aquilo que se foi, mas que de alguma forma pode retornar. Retornar ao nosso conhecimento, para aprendermos a ser mais fortes; a ser melhores.
Leiam, desfrutem e fiquem com o ensinamento destas Grandes Civilizações da Humanidade.

Jorge Gabriel